terça-feira, 3 de maio de 2011

Olhei um cão na rua
O cão de pata recua que mais parecia autônoma
O cão levava consigo um choro tão doído, doido...
Tudo me poderia menos a lágrima que dele escorrera
Não falou comigo, nem me lambeu ou pediu comida nem cigarros
O cão parecia querer só o meu olhar do outro lado da calçada
Tudo me poderia, menos o agudo de seu choro
O cão posou como se fossem-no fotografar
Parado...
O cão apagou os letreiros
Calou, o cão, os sons de tudo que se agitava
O cão, por instantes longos............. Apagou a luz do dia que me aparecera, o cão.
E tudo me podia e nada me pôs.


Otto Barros

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